sábado, 9 de abril de 2011

Você prejulga micrões???

Pois então saiba que nem todos são ruins. Ah, já tinha me esquecido. Saudamentos a você, meu caro visitante. Neste pôlsti, quero falar sobre algo digno dos encarregados da Branca de Neve: os MICRÕES. Antes disso, quero deixar outros subtópicos acesos:

-Piracicabana: A porção EMTU da empresa possivelmente vai receber, durante o ano, mais de cem ônibus. Dezenas e dezenas já subiram, entre OF-1722 e 1418. Além destas, do sir Nenê, só Bauru mesmo e a viação Rocio, de Paranaguá, por enquanto.

-Pássaro Marron: Acordos com a TAM, Aeroporto de GRU x Cruzeiro, urbano de Aparecida encarecido em 85 centavos e o sumiço dos 15xx são as únicas novidades. Nada de mais.

-Caso Itapemirim: Em resumo - acho que todo mundo já sabe, mas eu mesmo já topei com um desinformado - a empresa está em uma crise. Não há nada de tão grave assim na frota, que não é renovada em pencas desde a queda da Busscar. A treta é familiar: A filha do deputado Camilo Cola, o poderoso chefão, o colocou na justiça pra ter direito a indenizações por conta do seu testamento, que garantia quase todos os bens a um irmão da moça, deixando-a no nada. Injustiçada, exigiu 78 milhões de reais do compatriota. É mole???

-Anuncio desde já que estarei de férias em julho, mas isso não significa que eu vá viajar. Por conta de o salário de agosto acabar minguado (justamente pelo recessasso), decidi que não sairei daqui. O meu descanso será no sol ardido em alguns dias da Dutra, e outros aqui em casa, procurando me informar sobre as faculdades federais que tanto almejo. SIM!!! Enquanto tem gente que adoraria morar em Aparecida pra fotografar os merdoviários que aqui se apresentam, me dá vontade de ir embora pra onde haja ônibus urbano. Vá entender...

-Caso Zacaralho: Não falo mais nada. E você deve ter apagado a postagem com pedidos de desculpas porque viu que não seria mais bem-recebido em lugar nenhum. No menos pior dos casos, se realmente houver um encontro na garagem de Guaratinguetá (eu só quero estar lá pra fotografar os restaurados), irei DAR MUITA RISADA DA SUA CARA. Você é um reles.

Vamos às mãos.



Desde o início do século XXI, os principais empresários de ônibus do Brasil têm "tirado o seu da reta", fazendo com que superempresários venham ganhando cada vez mais espaço. Isso vale pra inúmeras empresas do nosso país, tais como a Viação NS da Penha, a Cometa, mais recentemente a Garcia, e também pras de transporte urbano, dentre as quais a Viva Pinda, a Norte Sul (ambas ex-grupo Tursan) e a Manoel Rodrigues. Como não se trata de um fundador, e sim de um INVESTIDOR, esse novo proprietário quer mais é lucrar. Primeira providência: Retirada de carros velhos e beberrões. Dependendo da situação das demandas de linha da empresa, vem o MIDI.



O MICRO MASTER - assim ele é chamado pelo DETRO/RJ - era uma carroçaria atípica no seu começo. Por entre o Vale do Paraíba, pra se ter uma idéia, o que tínhamos de nanico eram os "Expressinhos" da Viação Real. E ainda eram em O-371, Versátiles reencarroçados. No geral, a explosão desse tipo de veículo só se deu no meio da última década, quando começaram a surgir, em São Paulo, as cooperativas e, no Rio, as substituições das possantidades. e ali os encarroçadores, que já tinham arsenal pra forjar produtos relacionados diretamente com a demanda - ao revés do antigamente - criaram os compactos. A pioneira dessa área foi a Neobus, com o Spectrum (este das fotos já é da segunda geração). E o segmento ganhou impulso, principalmente após a crise econômica mundial de 2008 - que sequer chegou a atingir bruscamente o país; foi a "marolinha" dita pelo nosso então presidente "sapo barbudo".



"Apesar de Você", as críticas acerca dessas buzunguinhas não pararam. E o principal fator foi justamente a troca de motorização traseira por dianteira nos veículos. E o susto aos admiradores da Viação Sampaio (empresa MUITO ligada ao grupo do Jacob Barata) veio no ano passado, com os quatro Spectrum. NÃO SE ILUDA: Eles não são - ou, pelo menos, a idéia inicial era de que não fossem - fixos em linhas. Foram adquiridos com o objetivo de ganharem a concessão do fretamento pra uma escola militar fluminense, antes atendida por uma empresa porca que utilizava SPRINTERs no serviço. O contrato foi assinado justamente porque a viação se comprometeu a trazer carros de qualidade. E é o que se pinta agora.



Os buzinhos são dotados de 31 cadeiras, padrão G6 da Marcopolo (ou seja, confortáveis e firmes) com um pouco mais de reclinação - isso o padrão justifica. Uma geladeira completa (veja foto mais específica abaixo), um banheiro de dimensões normais, bagageiros pequenos e separação entre cabines de motorista e passageiros. Sim, muito mais que ideal para o serviço ao qual tinha sido proposto antes de qualquer coisa.




Isto é para o passageiro: A ele, tanto faz se o motor do ônibus é aqui ou ali. O tédio da viagem - no caso da Aparecida x Rio são só 240 minutos - com certeza O APAGARÁ, fazendo o despertar ou em uma das paradas, ou então no Graal de Resende, senão a própria rodoviária Novo Rio. Assim, a hipocrisia tem que ser guardada junto com a bagagem. O problema é todo do motorista, não se encafife.



Até porque você, em condição de pagante, poderá tomar uns bons goles de água gelada, enquanto o seu chofer não deixa as pernas passarem frio do lado do quatro-cilindros papa-léguas. Aliás, falando no humilde operário do volante, deixo pra finalizar uma foto do painel, simples e direto pra um carro de dimensões raquíticas.



Por ora é só. Você prejulga micrões??? Conheça um de perto. Assim, verá que fatores como conforto, segurança e agilidade não são exclusivos de veículos grandes. Isso também acontece com pessoas, acredite, tanto que chegam a dizer que "os melhores perfumes estão nos mais diminutos frascos".

E até a próxima.
-Passem na galeria de áudios da Rodoviária Digital e nos sites com os links da lateral esquerda. É material de qualidade que vale a pena conferir.




Um comentário:

  1. Concordo plenamente com o texto. Quero acrescentar que a qualidade de um ônibus não está em seu tamanho, mas no conforto.

    Lembrando que os micrões unem o bom dos micros (rapidez nas manobras e leveza) com os grandes (amplo espaço interno), sendo o tipo ideal para circular em cidades com muitas ruas, várias delas bem estreitas.

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