sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Bolor

Saudamentos. Pra você, que está lendo este blog pela primeira vez, seja bem-vindo e não se assuste. Às vezes, o que se encontra escrito aqui pode ser interpretado de modo que te pareça bruto, doloroso, mas a intenção não é essa.
 

   Por que diz isso, piá?!
Sei lá!

A questão é que o blog está de aniversário. 5 anos é tempo demais, eu acho.
   Uma hora isso aqui vai ter que acabar.

Não, a questão não é bem essa, afinal, que diabos é um aniversário?! Sei lá, afinal, nem o meu eu comemoro. Quem dirá o alheio. A questão é que quero aproveitar a ocasião pra resgatar um pouco do que o passado recente nos tinha reservado, pra finalmente desaparecer (não tão) em paz. Mas, antes...

Gostaria de falar um pouco sobre um projeto recente e de grande valia para os apreciadores do ônibus. Com a expansão do mercado de web-rádios, surgiu uma com um programa feito pra nós (algo que seria considerado impossível há 5 anos), apresentado por alguém que não se importa de nos ouvir falando de chassis, de rodoviárias, entre outras coisas    muito pelo contrário, até entra na onda. É o "Mundo do Ônibus", que passa diariamente na rádio cujo link está ali no canto direito, mais pra baixo, na foto do Vissta Buss. Vale a pena dar uma conferida.


Há cinco anos, nós tínhamos mais prazer em gostar de ônibus. Eu tinha. Vou falar de mim, pois não tenho procuração para falar de outros. Começando pelo mercado rodoviário:

De prima, por uma fabricante catarinense, cujo poderoso-chefão era um senhor evangélico. Ela estava começando a engatinhar, depois de tomar um capote da crise econômica que, àquela altura, estava acabando. Algumas viações tiraram a confiança que haviam depositado nela antes da crise, quando conseguia, com algum pesar, entregar veículos bem construídos. 

Haviam mais desenhos quadrados por aí; não só por isso, como também porque tinha, ainda, muito série Marte, GV, Galleggiante, entre outros talhados na reguada. Todos eles em operação.

   Por acaso, tu não tá querendo dizer que desenho de ônibus era de ônibus, e desenho de carro era de carro, piá?!

Exatamente. Um destoava do outro; o ônibus não tinha, como função, ser objeto de exibição. Desenho sóbrio era pra ele. Era funcional, punto e basta.

Pouco se tinha notícia de empresa ruim. Talvez porque os grandes empresários ainda não estavam tão inchados, fazendo cagada sobre cagada (exemplo). E, pelo menos no setor rodoviário, todo mundo estava bem. Famílias tradicionais, como por exemplo os Penido, os Romano e os antigos donos da Sampaio (me fugiu o nome, peço desculpas), se importavam em manter um determinado padrão de qualidade. Carros limpos e com a manutenção em dia. Motoristas operando com menos pressão e melhor remuneração. Era perceptível a boa vontade naquele ambiente. Até a turma do seu Jelson oferecia uma boa estrutura.


A situação do transporte urbano era ainda mais distante do que se encontra hoje. A foto acima é um ilustrativo: as operadoras tinham caras próprias e as davam aos tapas, mesmo com suas dificuldades.

A propósito, essas com problemas eram as mais interessantes, do ponto de vista fotográfico    até para o passageiro, na maioria dos casos (exceção). Em que lugar do Brasil, por exemplo, seria possível dar uma volta de F94?! OF-1620, F113?! Há cinco anos, nas cidades onde essas empresas estavam instaladas. Sim, pois já existiam aquelas que renovavam a frota "muito rapidamente até demais", como esta. 

Sem contar a parte da bilhetagem impressa, detalhe não muito relevado no rodoviário. Era bem mais fácil economizar alguns centavos da tarifa (que não custava tão caro) quando se tinha a figura do tiozinho, que ficava nas paradas mais movimentadas oferecendo aqueles passes.

Essa, ainda, era uma época de transição, em relação às faces interiores dos ônibus. Àquela época, entrava em vigor o conjunto de normas da ABNT que deixava todos eles iguais por dentro. Destaque para:

(1) corrimão do teto e balaústres em amarelo    cor que encarde muito rapidamente, sendo que outras podem ser interpretadas sem grandes problemas por daltônicos e similares e, claro, a própria presença dos balaústres: mais metal pra fazer barulho lá dentro. Mais lugar para passageiro enfiar a cabeça;

(2) elevador, box de cadeirante e sinalização para cegos    artifícios muitas vezes sequer utilizados, que aumentam o custo de aquisição e manutenção dos veículos, sendo que muitas vezes essas pessoas são ISENTAS de pagar, mesmo que seja qualquer valor simbólico.

Pra mostrar que a padronização não está só no lado de fora, com as pinturas.

Tem mais: não se criam mais coisas curiosas como antes. Não se faz mais artiCOlado, nem 180 cavalos puxando alongados e muitos dos inúmeros torrados (para ilustrar) sequer podem ser reaproveitados, por exemplo. 

Isto é, coxinharam, o politicamente correto também chegou no mundo dos transportes. Só falta Baltazar, Ronan e Constantino abrirem uma instituição de caridade, cada.

Por essas e outras, digo com tranquilidade que gostar de ônibus, há cinco anos, era mais fácil. E que venha a geração OB.

Até a próxima.

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